20 de junho de 2013

Advogado da Telexfree diz que está tomando 'medidas cabíveis'

Advogado diz que está tomando providências para reverter a situação (Foto: Rayssa Natani/G1)
O advogado da Telexfree Horst Fouchs  está no Acre para acompanhar o caso da empresa, que foi proibida pela Justiça acreana de realizar novos pagamentos e adesões ao sistema na última terça-feira (18). De acordo com ele, a empresa está tomando as 'medidas cabíveis' para resolver o problema. A decisão judicial é válida para todo o país.
No último dia 18 a juíza Thaís Borges, da 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco julgou procedente a medida cautelar preparatória de ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Estado do Acre contra a Telexfree.
No entendimento das Promotorias de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos do MPE/AC, a Telexfree é suspeita de realizar um esquema de pirâmide financeira usando o disfarce de empresa de marketing multinível.
"Existem empresas de marketing multinível já consolidadas no mercado como a Herbalife, Mary Kay e Tupperware. Elas trabalham com esse sistema, no caso da Telexfree o interesse não é vender os produtos, mas recrutar novas pessoas", explica a promotora de justiça Nicole Gonzalez.
Procurado pelo G1 o advogado da Telexfree disse que não iria se manifestar até a conclusão do caso. "A única coisa que vou falar hoje é que as providências cabíveis estão sendo adotadas. Essa frase é minha resposta e não posso falar nada enquanto não finalizar", explica. Ele diz que essa resposta serve até mesmo para os investidores que estão preocupados com a situação.
Um desses investidores é Cladston Moura, de 38 anos, ele diz já ter investido até R$60 mil na Telexfree e está acompanhando a situação com apreensão.
"Causa um pouco de preocupação porque envolve justiça, mas creio que não vai prejudicar nossos serviços porque a Telexfree até hoje não tem demonstrado que vai causar prejuízo algum a nós divulgadores. Eles sempre postam cada vez mais motivação para a gente prestar nosso serviço. Então, em momento algum tenho preocupação com a Telexfree, tenho preocupação com a decisão da Justiça", conta. 
Cladston Moura já investiu R$60 mil na Telexfree (Foto: Yuri Marcel / G1)
A Telexfree está obrigada ainda a divulgar um aviso em seu site. A multa diária em caso de descumprimento da decisão é de R$500 mil.
De acordo com a promotora de Defesa do Consumidor, Nicole Gonzales, o próximo passo agora é entrar com a ação principal contra a Telexfree, o que deverá ocorrer em até 30 dias.
Sobre a Telexfree
De acordo com a promotora Nicole Gonzalez existem duas empresas chamadas Telexfree. Uma é norte-americana e oferece um sistema de telefonia pela internet, o VOIP (Voice Over Internet Protocol). Nesta empresa o cliente pode comprar o serviço para fazer ligações para telefones fixos e celulares no Brasil e outros 40 países por um pacote de U$ 49 ao mês.
Já a Telexfree no Brasil seria o nome-fantasia da empresa Ympactus Comercial LTDA. Essa, segundo a promotora tem sede em Vitória (ES) e atua no Brasil desde março de 2012 e trabalha com marketing multinível.
Segundo as regras da Telexfree brasileira a pessoa que se cadastra como divulgador deve fazer uma postagem diária de anúncios em sites de classificados, divulgando o produto e ganhando uma comissão sobre as vendas. Segundo informações divulgadas no site oficial da empresa, os contratos de divulgação têm validade de um ano e estão classificados em:
ADCentral, de US$ 299, e promete um ganho líquido de US$ 2.295,80; ADCentral Family, tem um custo de US$ 1.375, e ganho líquido de US$ 11.599. O divulgador ganha US$ 20 a cada novo divulgador que conquistar para o plano ADCentral e US$ 100 para o ADCentral Family.
Os divulgadores podem ainda cadastrar outras pessoas como divulgadoras criando assim uma rede.

Do G1 AC

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