8 de abril de 2016

Morre, aos 90 anos, padre Paolino Baldassari: um legado de amor e santidade

O Acre perdeu na tarde nesta sexta-feira, 8, um de seus maiores símbolos religiosos: o padre Paolino Baldassari, da Ordem dos Servos de Maria, da paróquia de Sena Madureira. Aos 90 anos de idade, o líder deixa um legado de amor, humildade e santidade, além de um vasto histórico pautado na supremacia das santas missões populares.
Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb).
Italiano de nascença, acreano de coração, sena-madureirense por escolha, padre Paolino Baldassari estendeu sua liderança para além das fronteiras espirituais e defendeu em vida, e com muita garra, a floresta amazônica.
Amigo sempre presente, o governador Tião Viana costumava chamá-lo de “um santo vivo”, em nome de seus feitos e de uma vida inteira dedicada, sobretudo, aos mais humildes e desamparados.
Conhecido como o médico da floresta, durante anos dedicou-se a atender inúmeras pessoas que se enfileiravam para consultar-se com o religioso, que na verdade não era médico, mas denominava-se um prático da medicina. Ele aprendeu no cotidiano, através de livros, contatos com seringueiros, índios, e com a comunidade em que vive, diversas receitas de cura.

Humildade, simplicidade e missões

Sua humildade e simplicidade e a defesa de ações éticas e dos valores de família e integridade fizeram do padre Paolino uma pessoa amada e respeitada por todos.

E seu rebanho não se limitava à zona urbana de Sena Madureira. Vez por outra ele pegava o batelão (espécie de barco utilizado na Amazônia) e subia os rios da região, parando em cada comunidade, em cada casa, onde fazia as famosas “desobrigas”.
As desobrigas eram viagens missionárias em que o padre levava o Evangelho às populações isoladas na floresta. No início, quando boa parte do povo de Sena Madureira morava na zona rural, as desobrigas chegavam a durar seis meses. As últimas tiveram duração aproximada de 60 dias. E mesmo com a saúde frágil e os quase 90 anos de vida, ele não cogitava suspender a atividade.

Santidade, amor e compaixão

Padre Paolino é uma referencia de homem cristão, um exemplo a ser seguido por todos, por sua compaixão e dedicação aos pobres, além das causas sociais e ambientais.
É inegável o legado do frei no Acre, principalmente com o povo de Sena Madureira, lugar que ele escolheu para morar e dedicar a vida. Foi quase um século de um ministério marcado pela humildade e pelo ato de servir ao próximo.
Ana Paula Pojo – Agência de Notícias do Acre

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